A natação, em suas origens, não começou dentro de uma piscina. O homem, definitivamente, aprendeu a nadar em águas abertas.
Atualmente, essa modalidade vem ganhando grande destaque no cenário mundial, tornando-se esporte olímpico a partir dos Jogos de Pequim em 2008, com o nome de Maratona Aquática (apesar de não serem os 42km da maratona terrestre).
Em 2012, nos Jogos Olímpicos de Londres eu presenciei a prova das mulheres, que consistiu em nadar longos 10km, em circuito fechado, no qual as atletas davam várias voltas e que somente observávamos ao longe. Essa modalidade tinha como uma das favoritas, a brasileira Poliana Okimoto, que abandonou a prova por hipotermia. Confesso ter vivido uma das experiências mais emocionantes desses Jogos Olímpicos.
Explico:
Desde criança meus pais nos incentivaram a fazer natação. Eu e meus irmãos aprendemos a nadar muito cedo. Fizemos aulas e principalmente aproveitamos muito no clube, na praia e ainda mais quando nos mudamos para uma casa com piscina.

Para além da diversão e das questões de segurança na infância, a natação virou coisa séria quando me tornei adolescente.
Fui convidado a treinar na ASEEL, um dos melhores clubes de natação de Brasília no final da década de 80. Não, não estou mesmo me referindo ao passado do clube, como que querendo mostrar que era um local de tradição ou qualquer coisa assim. Coincidentemente, o final da década de 80, a minha adolescência e o período em que comecei a treinar foram eventos simultâneos.
A rotina de treino era de aproximadamente 4 horas/dia, com treinos extras aos sábado, quando não estávamos competindo. Sinceramente, depois de um tempo eu comecei a não curtir muito... e abandonei a natação competitiva.
Entretanto, esses anos foram fundamentais para determinar uma estreita relação com a natação. Mais tarde, quando decidi na minha vida mudar tudo que vinha fazendo para ingressar na Faculdade de Educação Física, um dos meus sonhos era dar aulas na beira de uma piscina. Sonho esse que consegui realizar... enquanto realizava sonhos de outros tantos...
Eu nunca parei de nadar. Hoje tenho certeza que é o meu esporte preferido para a prática. E já, quando adulto, comecei a me divertir nadando no Lago Paranoá. Daí passei a disputar provas em águas abertas, primeiro no lago e depois no mar, já tendo inclusive participado por duas vezes da Travessia dos Fortes.
E essa experiência de águas abertas, para quem nada, dá um novo sentido à natação...
Profissionalmente, consegui também dar treinos em águas abertas. Esse fato foi uma grande realização pela oportunidade de presenciar a transformação das pessoas. Entrar no lago e conseguir nadar era a plena percepção de um alto senso de capacidade a partir da vivência em uma experiência altamente motivadora e desconhecida. Isso rendeu muitos frutos e sou extremamente grato por esses momentos.
Mas estou falando disso tudo porque nesse fim de semana aconteceu a última etapa do Circuito Brasileiro de Maratonas Aquáticas de 2012. Em cada etapa foram disputadas duas provas: 5km e 10km nas categorias masculino e feminino. A disputa entre as mulheres foi bastante acirrada e, mesmo após assumir a liderança na sexta-feira (07/12/12) ao chegar em 2º lugar na prova dos 10km, o título não estava garantido à atleta Ana Marcela.
No domingo e ao final da etapa, a grande campeã foi mesmo Ana Marcela, que nas últimas 7 edições conquistou 6 campeonatos, além de ser a detentora do BiCampeonato da Copa do Mundo de Maratonas Aquáticas.
Diante do currículo dessa nadadora, não causa estranheza mais um título. O fato curioso que eu gostaria de ressaltar é que a última prova do ano foi decidida no "tira-teima" por meio do recurso tecnológico de filmagem do momento da chegada. As atletas Poliana Okimoto e Ana Marcela, após 1h00m26s de prova terminaram a prova empatadas.
Considero um aspecto sensacional termos duas atletas brasileiras de nível internacional que após mais de uma hora de prova batem no portal no mesmo momento.
Chances de medalhas no Rio 2016.
Chances de vitórias brasileiras nos próximos anos, como já vem ocorrendo.
E muita chance da gente se motivar e continuar ou começar a nadar...
Será que você anima a dar umas braçadas hoje?
O Ministério da Prevenção de Acidentes do blog adverte que nadar em águas abertas sem companhia e sem experiência é extremamente perigoso.
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