Mas "eu fico com a pureza da resposta das crianças...". Oferecer uma bola de presente demonstra todo o interesse ingênuo e apaixonado pela guria. E, no meu ponto de vista, sinaliza o aspecto principal do nosso post: a participação da mulher no esporte.
Essa semana vimos notícias da primeira mulher a participar de testes para NFL (seria um tipo de inclusão reversa?)
Lauren Silberman tentou impressionar os chefões das grandes equipes de futebol americano dos EUA, ciente do regulamento que permite a participação de qualquer pessoa na Liga Profissional.
Ela saiu lesionada da "peneira" sem alcançar seu objetivo mas cravou: "eu poderia ter sido a primeira mulher a entrar na NFL, mas espero não ser a última a tentar".
Muitos questionam o regulamento que abre brecha para presença de mulheres nesse esporte "truculento". Confesso que sou temeroso quanto a isso, tendo em vista o porte físico dos atletas da modalidade e também muito consciente das diferenças físicas já comprovadas entre homens e mulheres. Claro que existem exceções, mas no alto nível as exceções são bem reduzidas.
Mas falar da força da mulher no esporte também tem um sentido metafórico de grande inspiração. Essa desproporção física entre homens e mulheres, nesse aspecto, parece ter ficado na idade da pedra. Ou nem lá, de acordo com esse registro histórico!
Ou não foi forte a mulher Maria Esther Bueno? Que nas décadas de 50 a 70 atuou com destaque no tênis mundial, ganhando títulos e honrarias que até hoje nenhum atleta brasileiro alcançou nessa modalidade. Foi a melhor do mundo em 1959 e 1960, entrou no Hall da Fama do Tênis como melhor atleta em 1964. Conquistou os 4 Grand Slams num mesmo ano atuando em duplas. Enfim, quando o tênis não era nem mesmo calçado esportivo no Brasil essa mulher ganhava destaque internacional.
Os Jogos Olímpicos de Londres em 2012 trouxeram uma marca inédita: pela primeira vez todas as delegações contavam com atletas mulheres.
Mas nem sempre foi assim. Somente nos Jogos Olímpicos de 1932 em Los Angeles que tivemos a primeira mulher brasileira e primeira sul-americana como parte da delegação.
Será que não foi muito forte a jovem Maria Lenk, com 17 anos ao embarcar num navio cargueiro com mais 66 homens atletas? E de onde saiu a força para quatro anos depois embarcar rumo aos Jogos Olímpicos de Berlim e treinar num tanque improvisado no navio? E apresentar um estilo inovador entre as mulheres, sendo a única a nadar o borboleta... E continuar nadando assim com vigor já idosa.
Uma frase dessa jovem atleta ao encerrar os sua participação nos Jogos Olímpicos de 1932 demonstra a importância do esporte e da presença feminina: "Voltei de Los Angeles convicta da importância do esporte para o desenvolvimento das nações."
Imagino que Maria Lenk teria um sorriso no rosto com a estatística de Londres/2012 e a participação de tantas mulheres nos esportes. Independente de credos, religiões, portes físicos, condições políticas ou partidárias...
E o que falar das atletas que já passaram aqui pelo blog?
Quem se lembra da força da Danielle Nobile, que mesmo recém acidentada decidiu não se abater e seguir em frente praticando esportes, de que forma fosse!
E ainda da Aline Rocha, campeã da São Silvestre na categoria cadeirante, sem nunca antes ter treinado uma distância tão grande e de ter aceitado participar da prova somente para divulgar ainda mais o esporte paralímpico em sua região!
E o que falar de uma mulher que vai a três Jogos Paralímpicos e conquista 3 medalhas? Assim foi com a Edênia Garcia. Que no início da carreira pegava 4 ônibus pra treinar e sofria com as dificuldades de falta de adaptações. Forte ou não?
Mas quero citar ainda a Thayla Fernanda, uma jovem linda e dedicada que descobriu uma capacidade mesmo diante da maior dificuldade de sua vida. Ela aprendeu (ou reaprendeu) a nadar mesmo com limitações motoras de uma tetraplegia. Hoje ela é independente na piscina e conquistou três medalhas de prata na etapa Sul-Sudeste do Circuito Caixa Loterias!
Acredito que já estou sendo injusto em citar as que citei e não escrever a relação completa das mulheres que desfilam nas quadras, nos campos, piscinas, pistas, arenas, corridas de rua, academias e estádios...
Muitos dizem por aí que as mulheres vão dominar o mundo... ou já tomaram conta e ainda não nos demos conta. No esporte, não tenho dúvida que em muitos sentidos elas já ocuparam um lugar de muito destaque!
De qualquer modo, tem sido motivo de grande alegria e orgulho acompanhar o desenvolvimento e a inserção da mulher nos ambientes esportivos pelo mundo afora.
Estaremos prontos para aplaudir e sorrir...
Obrigado pela beleza e pela força.
Parabéns pelo Dia Internacional da Mulher!
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