Não tenho a menor pretensão em tratar de forma científica e minuciosa a respeito da fisiologia e aspectos biomecânicos ou maturacionais da prática esportiva para crianças ou no envelhecimento. Imagino que mais do que artigos científicos ou citação de fontes respeitadas, alguns exemplos e reflexões bastam para iniciarmos um diálogo.
O ano está começando e muitos pais estão à procura de "escolinhas" de futebol, natação , ballet ou ginástica artística para seus filhos. E observamos que esse fenômeno acontece mesmo para crianças muito pequenas, ainda com seus 3 a 4 anos. Existe algum erro nisso?
De forma alguma! Na verdade, nada melhor para um pequeno que participar de aulas estruturadas e coletivas em um tatame com desafios motores e aventuras imaginárias.
Ou um bebê interagindo com seu pai, brinquedos e outros bebês em uma piscina quentinha...
Contudo, temos visto muito mais que isso. Pais que depositam a esperança de um futuro melhor e milionário nas mãos, nos pés (no corpo?!?) e no talento esportivo de seus filhos. E disso surgem cobranças excessivas e sonhos distantes da realidade. Tudo bem, sonho não precisa ser nem perto da realidade, já que é sonho mesmo! E se assim for tratado como...
Mas a criação de "meninos prodígios", especializados em gestos motores específicos e focados em tornarem-se astros esportivos de sucesso internacional em uma modalidade esportiva pode prejudicar de maneira definitiva o desenvolvimento adequado de uma criança, seja no seu aspecto motor como também em questões sócio-afetivas.
Muito recentemente surgiu na mídia um garoto de 11 anos que fora aprovado em testes no Barcelona. A proposta era mudar-se para a Catalunha e viver longe de sua família para jogar futebol.
O sonho de Cassiano quase tornou-se realidade. Mas seu pai, Sr. Tiquinho, foi contrário a essa proposta:
"Eu penso primeiro como pai, minha ideia não é ficar exibindo meu filho por ele jogar no Barcelona, ser jogador. Quero acompanhar o crescimento dele. Se ele não se tornar um jogador, ele pode ser um médico ou advogado" (leia a notícia).
Essas palavras, vindas de um pai que acabara de voltar da Espanha e ter seu filho comparado ao Messi! Difícil hoje em dia não?
Alguns meses atrás tive acesso a um vídeo de uma criança com 6 anos de idade, que participava de forma demonstrativa de Torneios de Fisioculturismo, tendo sido sempre muito incentivado por sua mãe. Certo ou errado?
Acho que a pergunta feita no título poderia ser diferente. Quando começar e quando parar o quê? E porque? Isso sim faz mais sentido. Pois dependendo do que almejamos para nós ou para nossos pequenos ou idosos podemos direcionar a resposta de uma forma mais adequada e segura.
Em uma viagem na China, presenciei um fenômeno impressionante. Vejam o vídeo:
Acredito que esse jovem atleta não deve ter menos de 70 anos. E o local nem era um Centro de Treinamento ou qualquer coisa do gênero. Na verdade essa cena foi vista em um parque, onde vários outros idosos faziam peripécias bem parecidas.
Ficou muito famoso também um vídeo recente de uma senhora de 86 anos praticando ginástica artística. Ela relata que o seu sonho é participar da festa de abertura dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016.
Na tentativa de responder às novas perguntas que fiz, muitos poderiam afirmar com veemência que esses tipos de atividades não caberiam a homens e mulheres dessa idade. Do mesmo modo que uma criança fazendo bodybuilding também não parece ser correto.
Certamente esse idoso chinês e a senhora da paralela tiveram um histórico físico-desportivo que permite a execução e a prática desse tipo de atividade até hoje sem prejuízos à sua saúde, inclusive com vários benefícios e talvez o maior deles relacionado com o bem-estar e o prazer! Porque motivo deveriam parar se a prática lhes faz bem ao corpo e à mente e ainda proporcionam a eles maior qualidade de vida e uma grande satisfação pessoal?
Imagino que não existe uma idade para interromper a prática de esportes, nem mesmo para aprender uma nova modalidade. No entanto, devem ser respeitados alguns aspectos muito importantes relacionados ao desenvolvimento do ser humano.

Existem atividades mais adequadas para cada faixa etária, principalmente quando falamos de crianças e de desenvolvimento infantil. Não adianta insistir com um bebê que ele não vai aprender a jogar tênis de mesa ou realizar exercícios ginásticos na argola. Nesse sentido é que devem ser respeitadas as etapas motoras e emocionais da criança, de acordo com o nível maturacional do sujeito.
A preocupação dos pais é real e justa, mas muitas vezes percebemos que os pais, de forma até mesmo inocente, buscam comportamentos motores em suas crianças para os quais ela ainda não está preparada. Observamos em escolinhas e campeonatos infantis uma cobrança exagerada da família numa especialização precoce, tanto na aprendizagem de um gesto motor perfeito, como na obtenção de vitórias a qualquer custo, sendo que os próprios pequenos ainda não entendem aspectos importantes do jogo e da competição.
Na verdade não existe uma idade determinada para ingressar na prática de atividades motoras, nem existe também um momento certo para interromper essa prática. Mas devemos estar conscientes e atentos para que os bebês participem de atividades específicas de bebês, crianças brinquem com gestos motores e na sua capacidade de aprendizagem e participação, assim como jovens e adultos sejam incentivados naquilo que lhes dá prazer e respeite suas condições físicas.
Procure sempre a orientação com um professor de educação física. Converse com os professores do seu filho e busque entender o que realmente é o melhor na etapa do desenvolvimento em que ele se encontra.
Boas práticas... E se você tiver um vídeo ou um exemplo interessante a respeito do que conversamos aqui, não deixe de nos enviar nos comentários abaixo.
O ano está começando e muitos pais estão à procura de "escolinhas" de futebol, natação , ballet ou ginástica artística para seus filhos. E observamos que esse fenômeno acontece mesmo para crianças muito pequenas, ainda com seus 3 a 4 anos. Existe algum erro nisso?

Ou um bebê interagindo com seu pai, brinquedos e outros bebês em uma piscina quentinha...
Contudo, temos visto muito mais que isso. Pais que depositam a esperança de um futuro melhor e milionário nas mãos, nos pés (no corpo?!?) e no talento esportivo de seus filhos. E disso surgem cobranças excessivas e sonhos distantes da realidade. Tudo bem, sonho não precisa ser nem perto da realidade, já que é sonho mesmo! E se assim for tratado como...
Mas a criação de "meninos prodígios", especializados em gestos motores específicos e focados em tornarem-se astros esportivos de sucesso internacional em uma modalidade esportiva pode prejudicar de maneira definitiva o desenvolvimento adequado de uma criança, seja no seu aspecto motor como também em questões sócio-afetivas.

O sonho de Cassiano quase tornou-se realidade. Mas seu pai, Sr. Tiquinho, foi contrário a essa proposta:
"Eu penso primeiro como pai, minha ideia não é ficar exibindo meu filho por ele jogar no Barcelona, ser jogador. Quero acompanhar o crescimento dele. Se ele não se tornar um jogador, ele pode ser um médico ou advogado" (leia a notícia).
Essas palavras, vindas de um pai que acabara de voltar da Espanha e ter seu filho comparado ao Messi! Difícil hoje em dia não?
Alguns meses atrás tive acesso a um vídeo de uma criança com 6 anos de idade, que participava de forma demonstrativa de Torneios de Fisioculturismo, tendo sido sempre muito incentivado por sua mãe. Certo ou errado?
Em uma viagem na China, presenciei um fenômeno impressionante. Vejam o vídeo:
Ficou muito famoso também um vídeo recente de uma senhora de 86 anos praticando ginástica artística. Ela relata que o seu sonho é participar da festa de abertura dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016.
Certamente esse idoso chinês e a senhora da paralela tiveram um histórico físico-desportivo que permite a execução e a prática desse tipo de atividade até hoje sem prejuízos à sua saúde, inclusive com vários benefícios e talvez o maior deles relacionado com o bem-estar e o prazer! Porque motivo deveriam parar se a prática lhes faz bem ao corpo e à mente e ainda proporcionam a eles maior qualidade de vida e uma grande satisfação pessoal?
Imagino que não existe uma idade para interromper a prática de esportes, nem mesmo para aprender uma nova modalidade. No entanto, devem ser respeitados alguns aspectos muito importantes relacionados ao desenvolvimento do ser humano.


A preocupação dos pais é real e justa, mas muitas vezes percebemos que os pais, de forma até mesmo inocente, buscam comportamentos motores em suas crianças para os quais ela ainda não está preparada. Observamos em escolinhas e campeonatos infantis uma cobrança exagerada da família numa especialização precoce, tanto na aprendizagem de um gesto motor perfeito, como na obtenção de vitórias a qualquer custo, sendo que os próprios pequenos ainda não entendem aspectos importantes do jogo e da competição.
Na verdade não existe uma idade determinada para ingressar na prática de atividades motoras, nem existe também um momento certo para interromper essa prática. Mas devemos estar conscientes e atentos para que os bebês participem de atividades específicas de bebês, crianças brinquem com gestos motores e na sua capacidade de aprendizagem e participação, assim como jovens e adultos sejam incentivados naquilo que lhes dá prazer e respeite suas condições físicas.
Boas práticas... E se você tiver um vídeo ou um exemplo interessante a respeito do que conversamos aqui, não deixe de nos enviar nos comentários abaixo.
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