Mas o que falar daqueles que só vemos de 4 em 4 anos? E que a cada encontro a emoção e tudo que envolve esse momento é por assim dizer, mágico!!
Assim é com minha amiga e parceira Tatiana Zanon. Conheci a Tati durante os Jogos Olímpicos de Pequim. Ela está em várias fotos minhas, assim como eu sei que estou no álbum dela. E junto com a ela veio uma galera #tonachina que foi sensacional.
Quatro anos depois, muitos foram figurinhas repetidas mas premiadas nos Jogos Olímpicos de Londres, inclusive a Tati.
E o envolvimento dela com o esporte e tudo que vive em torno disso moveu-me a convidá-la para contar um pouco de quem ela é... Confesso que não li todo o texto ao escrever essas linhas iniciais, mas pelo que a conheço, sei que Tatiana Zanon é muito esporte e substancialmente vai ser isso que vocês poderão ler agora.
Com vocês, Tatiana Zanon!
1980. Jogos Olímpicos de Moscou. Marco histórico dos Jogos Olímpicos. O
mundo vive a Guerra Fria, a cortina de ferro, a tensão entre o ocidente e o
oriente, capitalismo x socialismo, Estados Unidos de um lado, a ex-União
Soviética do outro.
Foi nessa agitação que eu cheguei por aqui. Carioca da gema, paulistana
por “usucapião”, 32 anos, flamenguista (atualmente não praticante), formada em Relações
Internacionais. Não vivo do esporte, mas o esporte é minha fonte de energia.
Essa paixão começou com o futebol. O primeiro registro foi na Copa de
82, com chupeta na boca, uniformizada, atenção toda na tevê, a cada passe da
seleção canarinho. Infelizmente ficamos em 5o lugar. Mas o Flamengo estará sempre
no meu coração “Uma vez Flamengo, Flamengo até morrer” (Guigo, aguenta essa,
não vale censura! Rs) (Nota do Autor: eu aguento, até porque essa época de ouro do teu time está tão distante...kkk). Em 1985 meu Mengão ganhou o primeiro turno do Campeonato
Brasileiro e também a Taça Rio. Outro registro dessa paixão!


Como esportista, minha primeira lembrança foi em 1988 participando de uma prova de corrida promovida pelo colégio, nas ruas do Grajaú, pelos Jogos Olímpicos de Seul. Durante os anos de colégio me dediquei a alguns esportes como handebol, futsal e basquete, mas minha paixão era e continua sendo o vôlei. Amo o voleibol. Participava dos treinos da minha categoria, ajudava nos treinos das outras, tudo para viver o vôlei ao máximo. Se deixasse eu treinava 24 horas, 7 dias na semana
1992. Jogos Olímpicos de Barcelona. Só tenho uma imagem na mente: o
saque de Marcelo Negrão, o ponto final, Brasil é campeão olímpico de vôlei pela
primeira vez. Esse legado vitorioso começou com uma geração anterior com
Bernardo, Willian, Montanaro, entre outros, a geração de prata. Treinei com
Montanaro e uma decisão difícil surgiu: mudar de posição (levantadora) para
seguir jogando com minha altura ou parar. Infelizmente a posição de líbero
ainda não existia. Se não deu para seguir como atleta faria o esporte ser parte
da minha vida de outra forma.
2004. Minha mãe percebeu o brilho nos meus olhos ao ver uma reportagem
falando dos Jogos Olímpicos de Atenas e disse “Por que não?”. Peguei dinheiro
emprestado com uma tia, parcelei a passagem, pedi abrigo na casa de uma penfriend que mora em Atenas e dia
09.08.2004 desembarquei na capital grega.
Meu jogo de estreia Brasil x Japão (vôlei
feminino) no Peace & Friendship Stadium foi pura emoção, especialmente por
encontrar ídolos como Paulão e Carlão.
Pela primeira vez assisti a uma partida
de tênis e quem representava o Brasil? O Guga, Gustavo Kuerten. Pena que perdeu
para aquele que depois se consagraria o campeão olímpico, Nicolás Massú. No
vôlei, a derrota para a Rússia na semifinal feminina numa virada imprevisível
foi triste, mas o ouro olímpico dos nossos “meninos” fez nossos olhos chorarem
de alegria.
2008. Um ano antes, na entrevista de emprego onde trabalho atualmente,
avisei: “Daqui a um ano vou viajar para a China, compromisso que não abro mão”.
A China foi uma preocupação sob diversos aspectos, especialmente no quesito
idioma e gastronômico. E o Pipiempé? Preocupadas com os banheiros locais minhas
amigas e eu compramos esse utilitário para as horas de aperto (foi muito útil). (Nota do autor: Faltou a foto desse troço Tati! kkk)
Visitar lugares simbólicos para a história da humanidade como a Cidade
Proibida, a Muralha da China e a Praça da Paz Celestial é um momento que
ninguém pode tirar de você, é único. Neste último fomos tratados como se
fossemos grandes celebridades, os chineses nos rodeando querendo tirar fotos e
mais fotos. Acredito que a falta de costume em ver ocidentais chamava sua
atenção (ok, chegou uma hora que ficou chato porque a gente não conseguia fazer
nada).
Histórico também foi entrar no estádio do Ninho do Pássaro, que
monumento! Ainda mais pra ver Usain Bolt consagrar-se o homem mais rápido do mundo e Yelena Isinbayeva, bicampeã olímpica. Também vi nossa atleta Fabiana Murer perder sua vara e ser desclassificada.
Mas a maior emoção foi o sms
recebido no aeroporto: ouro do Brasil no vôlei feminino. Assisti a final até o
início do 3º set e precisei sair correndo pra não perder o vôo de volta pro
Brasil.
2012. Foram tantas emoções... Ver pela 1ª vez a seleção brasileira de
basquete masculino foi fantástico. Que time! Leandrinho, Nenê, Varejão, Huertas
e tantos outros que honraram a camisa que vestiram, mostrando que o basquete
brasileiro voltou forte e tem tudo para estar novamente entre os melhores do
mundo. Claro, não posso deixar de mencionar meu momento “De Londres para o
mundo” ao fazer coraçãozinho pro Brasil (até no Fantástico eu apareci rs).
Vi
quase todos os jogos do vôlei masculino e feminino, e de novo, elas nos
encheram de orgulho com o bi-olímpico. Cheguei a acreditar que não seria
possível, mas ao ver a recuperação nas quartas contra a Rússia (ali foi a
primeira final) e a virada sobre a seleção americana na final, o ouro foi nosso!
Dessa vez eu vi, chorei, gritei, pulei e cantei o hino com elas. Muita alegria!
O tênis foi outro esporte que me dediquei acompanhando toda a série das finais.
A semi entre Federer e Del Potro foi a mais emocionante decidida no tiebreak
19/17. Haja coração!
E de Wimbledon, o solo sagrado do tênis, correria para chegar a tempo na final do Cielo nos 50m. Não conseguimos a dobradinha dourada, mesmo assim subimos no pódio.
Outro momento inesquecível foi a visita à Vila Olímpica
com os amigos Leo Mataruna e Guigo Lopes (alguém conhece? Rs). Encontramos a
seleção feminina de vôlei, Fratus – nosso #4 nos 50m, Leila e a dupla Emanuel e
Alisson. Simplesmente demais!!
Se você me perguntar qual foi a melhor, todas foram ótimas, cada uma em
um momento, com uma particularidade que a destacou das demais.
Atenas foi de
muita festa e diversão. Pequim posso resumir como os jogos da suntuosidade, não
houve “miséria” para mostrar ao mundo a força do Estado chinês. Já os Jogos de
Londres foram marcados pela sustentabilidade e segurança, inclusive o
planejamento de dispersão de grandes multidões para entrada/saída dos estádios.
Sem empurra-empurra, sem confusão. A sustentabilidade estava por todos os
lados, reciclagem de materiais, mas especialmente a reciclagem das arenas: os
britânicos buscaram o maior/melhor aproveitamento de arenas já existentes ou
mesmo a construção de arenas temporárias como a de vôlei de praia ou de basquete
no Parque Olímpico, minimizando o desperdício de verba pública com a manutenção
de “elefantes brancos”.
2016. O sonho por vir. Rio de Janeiro, minha terra natal. O que espero?
Faremos os melhores jogos olímpicos de verão que podemos fazer, com toda a
alegria, a criatividade e a hospitalidade do povo brasileiro. Talvez não sejamos
a potência olímpica que queremos ser, mas ficará um legado para o Rio e para o
Brasil imensurável. Depende de nós aproveitá-lo ao máximo.
Viver o espírito olímpico é mais do que ganhar ou perder, é gritar para
o mundo o amor ao seu país, de sentir o arrepio ao ver os atletas brasileiros
se apresentarem, ao gritar e chorar junto a cada batalha vencida, ao abraçar a
cada batalha perdida. Viver o espírito olímpico é entender que rivalidade
existe, mas a guerra não. Viver o espírito olímpico é torcer por atletas de
outras nacionalidades, seja pela sua simpatia ou genialidade naquilo que faz. O
espírito olímpico ultrapassa as fronteiras e une as pessoas.
Quem sou? Ainda estou descobrindo, só sei que sou feita de paixão e
transformação. Sou carioca, sou brasileira, sou Rio 2016!
Quer saber mais sobre viver o sonho olímpico? Visite meus blogs:
Para Londres 2012 não fiz um blog específico, infelizmente.
Nota Final do Autor: Obrigado por nos emocionar, Tatiana Zanon. Esperamos você mais vezes por aqui...
Guigo, de novo novamente: muito obrigada pela oportunidade de compartilhar minha paixão olímpica com seus leitores. Espero que gostem e nossa parceria e amizade continue firme e forte. Beijos, Tati :)
ResponderExcluirTati!!! Essa nossa rasgação de seda já está ficando over! kkkkk Mas agradeço imensamente sua participação e me motiva ainda mais a esperar suas próximas participações conforme combinamos! Curti muito a leitura, emocionei e tenho certeza que muita gente também vai curtir desse tanto!
ExcluirSugestão: A Tatiana gosta muito de esportes, acompanha bastante. Poderia escrever alguns posts esporádicos por aqui, não com uma visão profissional ou jornalística, mas como alguém que gosta muito! Poderia começar falando dos jogos na atual temporada da NBA.
ResponderExcluirAbs
MM (infelizmente não sei seu nome),
ExcluirObrigado pela sugestão. Na verdade a Tatiana já está com trabalho para os próximos dois meses. kkkkkk Quando ela foi convidada fiz uma proposta de 3 posts pra ela. Vamos aguardar os próximos. Ah, a sugestão da temporada da NBA eu não fiz pra ela, mas pode ser uma boa! Valeu!
Desculpe Guigo. Erro na configuração do GMail.
ResponderExcluiré MM de Marcelo Machado.
Legal, boa sorte nos posts!
Abraço!
Opa Marcelo. kkkk Sem problemas!
ExcluirValeu o comentário e a identificação.
Grande abraço e obrigado
Oi Má, que bom que se identificou, também não ia saber que era você. Hehehe... Valeu pelo comentário!
ExcluirJá estou devendo "trabalho" pro Guigo. Hehehe...
Beijos!