quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Preparação física para noivas


Hoje foi publicado um texto de minha autoria no blog Virou Casamento, que ajuda noivas nos preparativos para o casamento. Nunca fui noiva, nem nunca me casei. Mas já acompanhei vários amigos e amigas nessa jornada.

Como professor de Educação Física sempre questionei alguns aspectos dessa preparação das noivas, principalmente relacionadas à perda de medidas para "caber" no vestido. Ficou até feio o termo não? Assim como é feio também entrarmos numa cultura corporal de uma estética insana e "perfeita", muitas vezes às custas da saúde e baseada em maneiras milagrosas e ultra-rápidas.

Todos vão concordar comigo que parece ser impossível organizar uma festa de casamento em 3 ou 4 semanas, contando nesse tempo o principal, que seria arrumar um noivo (seria mesmo o principal?).

Igualmente terão que concordar que o milagre do "corpo perfeito" para o "vestido perfeito" também não parece ser fácil e rápido de ser conquistado. Receber orientação e acompanhamento de um profissional especializado parece ainda ser o caminho mais efetivo para alcançar os melhores resultados.

Leiam o texto e divirtam-se:


Ah, e estamos disponíveis para te ajudar na preparação para o seu casamento.

Entre em contato conosco e acrescente em sua equipe "multidisciplinar" para o casamento um profissional de educação física.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Jambo Rosa e Novas Tecnologias

Ontem estive com meu vô Silas e minha vó Normina na chácara. Sempre é muito bom ir pra lá. Uma comida sensacional, um carinho de vó bem gostoso e um clima pra lá de especial pra dar aquela cochilada depois do almoço... Fora o cafezinho e as guloseimas todas.

Mas ontem dois fatos me chamaram a atenção:

Fato 1: Meu avô é um pastor presbiteriano, com mais 60 anos exercendo essa missão e profissão. Um homem que criou os filhos (dele e dos outros) dentro da Igreja, nos caminhos do Senhor. E por esse motivo ele e minha vó passavam mais tempo dentro da igreja do que em casa... Como estão morando na chácara, fazem alguns anos que deixaram de frequentar a igreja local de forma regular. Mas....

Fato 2: A comida da minha vó não tem igual. O Tutu que ela prepara, o pé-de-moleque, a cocada, o bolo de cenoura com cobertura de chocolate, o pão de queijo, a geléia de jabuticaba e diversos outros tipos de doce. Desculpa, mas é covardia contra a concorrência. Ontem após o almoço ela trouxe um doce diferente. Enquanto a gente provava e se deliciava ela foi explicar que doce era. "Jambrosa é o nome. Tem um monte na chácara que a gente quase perde... Eu nunca soube pra que servia essa fruta e dava sempre pras vacas!" Até que...

A continuação das duas histórias tem um aspecto em comum.

Meus avós têm 87 e 84 anos de idade. A solução para meu avô continuar participando das atividades da igreja tem sido acompanhar os cultos online lá da Igreja. Meu tio normalmente deixa tudo pronto e ele só liga o computador. Ontem o sistema de transmissão tinha dado problema e provavelmente eles não poderiam acompanhar o culto. Entretanto, o velhinho não está brincando em serviço não. Ele aprendeu a procurar outros cultos online... E foi assim que ele contou que participou de outro culto, de outra igreja. Confesso que fiquei imaginando a cena dele digitando no google "culto online" e procurando.
Quanto à sobremesa da minha vó, ela terminou contando como descobriu que dava pra fazer doce daquela fruta "desconhecida". Primeiro que eu nunca imaginei que minha vó não conhecia qualquer fruta do mundo! Ela é expert nesse assunto! Mas para fazer o doce, ela buscou ajuda de uma tia para pesquisar na "internet" uma receita. ããã? Como assim? Minha vó tá fazendo receita de doce da internet??? Confesso que fiquei muito espantado com essa situação e nem sei se o doce estava tão bom assim depois que descobri a fórmula secreta do doce de "jambrosa".
Quando meus avós cresceram e aprenderam sobre a vida não existia nada nem parecido com internet. Quer dizer, parece que rolavam altos "chats" nas pracinhas e varandas. Mas era só isso!

Mas vem cá! O que tudo isso tem de relação com esporte para eu gastar tanto tempo aqui?

Semana passada foi anunciado pela FIFA que, na Copa das Confederações em 2013 e na Copa do Mundo de 2014, poderá acontecer a maior inovação do mundo futebolístico depois que a bola de couro foi substituída por material sintético.
A entidade máxima do futebol autorizou o uso de chip dentro da bola para confirmar a marcação de um gol, ou não, nos casos em que os árbritos, os bandeirinhas e os auxiliares de linha de fundo (ufa!) não tenham percebido o que de fato aconteceu. O sistema é simples, com um chip na bola, sensores nas traves e um receptor de sinal com o árbitro.
Todavia qualquer inovação no futebol encontra forte resistência não somente por parte dos dirigentes mas até mesmo de jogadores, técnicos, jornalistas e torcedores. Muitos afirmam que a pureza do futebol pode estar se esvaindo pela linha de fundo... Outros tantos, entretanto, defendem com veemência a inclusão de outras tecnologias como o uso de vídeo, replay e tira-teima em determinadas situações.

Na história do futebol muita coisa aconteceu que foi determinante para várias modificações, culminando nessa liberação da bola inteligente. Quantas injustiças foram assinaladas. Quanto choro, quanto assunto em rodas de bate-papo esportivo! Os ingleses sabem bem disso...
Minha opinião sobre o assunto?

Confesso que continuar comendo o doce de leite e o pé-de-moleque da minha vó me satisfariam bastante! Mas não ter provado do doce de jambrosa certamente faria falta.

Obrigado tecnologia! E que venham novas mudanças...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

37 anos... E obrigado!!!

Até aqui tem sido bom para comigo o Senhor! Nem poderia começar diferente...

Foram muitos anos, com muita coisa boa acontecendo. Têm coisas que não me recordo mais. Mas existem dias que não saem da memória...

Muitos amigos que estão perto até hoje. Outros que foram fundamentais a seu tempo... e faz tempo que não os vejo.

Muita tralha que a gente junta né? Mas muitas memórias guardadas nisso tudo.

São 37 anos de uma vida completamente bem vivida! De muita felicidade.

Vejam comigo:

1. Tenho irmãos sensacionais! Mais que amigos... Que se importam, que estão perto! Que curtem o que eu curto e acompanham minha vida. Com eles vivi os melhores momentos da minha vida, mas também passamos por algumas barras juntos. E tenho certeza que vão estar perto sempre. Minha tristeza nisso é que um deles não torce pro mesmo time que eu. Com isso perdemos viagens e comemorações juntos. E trocamos algumas rusgas em momentos de tensão futebolística. Mas creio que isso também fortaleça o amor!

2. Meus pais foram para mim exemplo de caráter! Foram as pessoas que me ensinaram princípios e formas de agir de acordo com o amor e respeito ao próximo. Fizeram tanto por mim a vida inteira. Sustento e conforto nunca me faltaram. E creio que não deve ter sido fácil pra eles manterem a casa como mantiveram durante vários anos, com todo luxo que nem sei se merecíamos. Um excelente estudo e muita diversão. Casa, viagens, festas, broncas e correção!








3. Minha família é sensacional. Tios, primos... Meu avô e minhas avós então! Companheiros em qualquer tempo. Faz falta quando ficamos muito tempo sem os almoços de família, as comemorações de aniversário... E a ceia de Natal então pra mim é imprescindível. Não tenho dúvida alguma da importância dos meus tios na formação de quem sou eu.
E dos meus primos não tenho dúvida da importância de todos eles para o meu aprendizado motor, social e afetivo (professor de educação física adora esses termos). Vivemos muitas coisas legais juntas. Somos quase irmãos. Claro que os seis somos os mais legais... Mas todos são muito importantes!



4. Amigos é fogo... Caramba!!!! Comecei a escrever algumas coisas, mas voltei atrás porque se eu fosse detalhar qualquer coisa eu seria injusto com tudo que já aconteceu na minha vida quando falo de amigos. Mas tem amigo que quase nasceu junto, estudou junto, cresceu junto e até hoje a gente briga por causa de futebol. Tem amiga que foi da mesma creche, famílias amigas e enfim fomos trabalhar no mesmo lugar. Teve amigo que foi da infância, outras de adolescente. Muita gente sensacional em todas as faculdades que já fiz. Nos locais de trabalho onde trabalhei. Tenho os irmãos em Cristo, espalhados por diversas cidades. Quanta coisa aconteceu na Faculdade de Educação Física... Amigos de trabalho do Sarah. Pacientes e famílias de pacientes que se tornaram tão próximos. Em especial a galera do 1º e 2º andar do Sarah Centro que nos últimos meses (dias difíceis pra mim como nunca tinha tido) foram fonte de alegria e conforto, amigos que me acolheram e resgataram o prazer de me relacionar. Vixi, ainda tem a galera das viagens olímpicas na China e Londres. Como disse, caramba! Muita coisa excelente eu vivi com meus amigos.
5. E hoje tenho uma namorada sensacional. Que me ensinou a ter menos pressa na vida e que é companheira e amiga... Pena que ela mora tão longe...
Enfim. Esse post tinha tudo pra ser um livro. Mas não vou me alongar muito!

Quero somente agradecer a Deus pela alegria de ter vivido tanto e tudo que pude até agora.
E desejar que tantas outras coisas aconteçam na minha vida. Sei que Deus tem preparado o melhor pra mim e para aqueles que eu amo.

No mais, sigo em frente... Quem vem comigo?
Rumo ao Rio2016!!!!!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Um pouco de muito! Com Edênia Garcia, medalhista em 3 Jogos Paralímpicos!

Medalha de Prata nos 50 metros costas (S4) em Londres 2012
Um pouco de muito! é um espaço no Blog para conversarmos um pouco com algumas pessoas que são muito! que já fizeram pra caramba, que têm demais da conta pra ensinar e pra compartilhar.

O formato que escolhemos para isso foi uma EnTWITTERvista (respostas curtas em poucos caracteres) e depois abusarmos um pouco mais do nosso convidado a partir das respostas dadas.

Nota inicial do autor: depois de concluído e enviado o post para aprovação de Edênia Garcia, curte as palavras dela: "super pode e deve publicar a matéria. Tá humana e verdadeira. Foi a melhor descrição que já vi." Pronto! Está aqui agora... Aproveitem!

Com vocês, Edênia Garcia!

Em sua opinião, por que você acha que está sendo entrevistada?
Para divulgar o esporte Paralímpico e passar informações do mesmo.

O que você mais gosta de fazer na vida? E o que você realmente faz?
Gosto de nadar e realmente é o que mais tenho feito nos últimos 12 anos.

Qual o fato mais marcante na sua vida? E por quê?
Ganhar minha terceira medalha em Paralímpiadas. Porque foi a mais difícil.

Você é estudante? Ou já trabalha? Ou os dois? Conta um pouco sobre isso.
Hoje sou atleta profissional.

Você é solteiro? Casado? Namorando? Por quê? E quem é a pessoa que está junto contigo, caso não seja solteiro? O que ela representa na sua vida?
Em um relacionamento sério com meus treinos rsrs...

Qual ou quais esportes e atividades físicas você já praticou? Qual você pratica hoje em dia? E por quê?
Sempre fui nadadora e é o que sou na atualidade. Porque  a natação é o que me “MOVE”.

Como e quando você se interessou pelo esporte, de modo geral?
Quando descobri que teria uma qualidade de vida melhor.

O que significa o esporte na sua vida?
Significa  “VIDA” e “TRANSFORMAÇÃO”.

Você tem alguma meta esportiva para 2013?
A  principal é fazer bons treinos e subir no lugar mais alto do pódio.

Se você recebesse 140 milhões de reais para investir em esporte, o que você faria?
Faria esporte: geraria oportunidades para outros atletas com bons profissionais e equipamentos (estrutura).

Quando estava iniciando as conversas para conseguir a entrevista com Edênia Garcia ela comentou sobre a fase de treinos puxada em que ela estava. Eu, inocentemente, falei que esses retornos pós-férias são realmente difíceis. "E pior que não parei..." foi a resposta dela. Adorei a idéia de conversar com uma atleta que preferiu passar suas férias com seu "namorado" (veja na entrevista qual o relacionamento sério de Edênia Garcia! kkkk).

Determinação e vontade parecem ser marca registrada dessa galera paralímpica! Mas Edênia Garcia vai além e incorpora a natação como estilo de vida... Desde os 14 anos, quando na primeira competição de sua vida conquistou 7 medalhas de ouro e 1 de prata. Sendo convocada para o primeiro Campeonato Mundial no mesmo ano e tendo conquistado 5 medalhas de ouro! E alcançando o melhor tempo do ranking mundial no ano seguinte (50 mts costas)... Um destino já estava traçado.

Edênia Garcia seguiu nesse caminho com muitas outras vitórias... E apesar de tantas conquistas, ela mantém a humildade e senso de responsabilidade como fortes características. Ou seria por outro motivo que uma multi-campeã nacional, bicampeã em Jogos Parapanamericanos, tricampeã Mundial e três vezes medalhista paralímpica acharia que a razão de ser entrevistada seria promover o esporte paralímpico? Currículo ela tem sobrando... Atleta profissional, que consegue fazer de sua vida aquilo que mais gosta e ainda recebe pra isso!

Mas como será a vida de uma atleta profissional no Brasil, ainda mais no esporte paralímpico? Deixa ela contar um pouquinho pra gente: "Hoje o nosso esporte tem grande impacto no Brasil, com os últimos resultados obtidos em Londres e com isso uma maior exposição dos atletas paralímpicos. Estamos em total crescimento profissional. Hoje viver somente do esporte ainda é muito raro, mas é possível. Alguns atletas ainda dependem somente do bolsa atleta ou mesmo do governo local para se deslocar para competições. Em outros casos existem projetos que dão total estrutura, desde passagens, equipamentos e condições para bons treinamentos."

Felizmente o Comitê Paralímpico Brasileiro tem feito um excelente trabalho e a partir de algumas ações como o Projeto Ouro e o Clube Escolar Paralímpicos, diversos atletas têm tido a oportunidade de iniciar e principalmente preparar-se de forma ao menos digna e com excelentes estruturas. Além desses projetos, muito temos ouvido falar do Programa Bolsa Atleta, que hoje é o maior programa de patrocínio individual de atletas no mundo, totalmente financiando pelo Governo Federal.

Diante disso podemos assumir que a situação já é a ideal? Não, como Edênia mesma comentou, ainda é muito raro termos atletas vivendo somente do esporte.

E se atualmente as coisas não são nada fáceis, quando Edênia se interessou por praticar a natação, há mais de 12 anos, as dificuldades eram muito maiores: pegar 4 ônibus para chegar no treino, falta de lugar adaptado para trocar de roupa e tomar um banho depois da natação....

Alguém mais sofre com esses problemas ainda hoje, ou muita coisa já mudou?

Mas o que nos CO-MOVE é a paixão de Edênia pela natação. Tem sido mais de uma década dedicada a uma modalidade e ao esporte que certamente promoveu transformação e qualidade de vida a essa mulher que saiu do Crato (CE), conheceu e encantou o mundo.

E fez isso aqui que a gente acompanhou nos Jogos Paralímpicos de Londres (nossa atleta está na raia 3). De acordo com a própria Edênia, a medalha mais difícil de sua carreira.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Quem sou eu? Com Tatiana Zanon


Na vida, a gente vai conhecendo gente! E acaba se associando, fazendo parcerias e criando conexões... Alguns viram graaaandes amigos, outros são meros conhecidos e que têm uma passagem maior ou menor em nossas vidas.

Mas o que falar daqueles que só vemos de 4 em 4 anos? E que a cada encontro a emoção e tudo que envolve esse momento é por assim dizer, mágico!!

Assim é com minha amiga e parceira Tatiana Zanon. Conheci a Tati durante os Jogos Olímpicos de Pequim. Ela está em várias fotos minhas, assim como eu sei que estou no álbum dela. E junto com a ela veio uma galera #tonachina que foi sensacional.

Quatro anos depois, muitos foram figurinhas repetidas mas premiadas nos Jogos Olímpicos de Londres, inclusive a Tati.

E o envolvimento dela com o esporte e tudo que vive em torno disso moveu-me a convidá-la para contar um pouco de quem ela é... Confesso que não li todo o texto ao escrever essas linhas iniciais, mas pelo que a conheço, sei que Tatiana Zanon é muito esporte e substancialmente vai ser isso que vocês poderão ler agora.

Com vocês, Tatiana Zanon!

1980. Jogos Olímpicos de Moscou. Marco histórico dos Jogos Olímpicos. O mundo vive a Guerra Fria, a cortina de ferro, a tensão entre o ocidente e o oriente, capitalismo x socialismo, Estados Unidos de um lado, a ex-União Soviética do outro.
1980. A década “perdida”. O Brasil inicia o processo de redemocratização.

Foi nessa agitação que eu cheguei por aqui. Carioca da gema, paulistana por “usucapião”, 32 anos, flamenguista (atualmente não praticante), formada em Relações Internacionais. Não vivo do esporte, mas o esporte é minha fonte de energia.

Essa paixão começou com o futebol. O primeiro registro foi na Copa de 82, com chupeta na boca, uniformizada, atenção toda na tevê, a cada passe da seleção canarinho. Infelizmente ficamos em 5o lugar. Mas o Flamengo estará sempre no meu coração “Uma vez Flamengo, Flamengo até morrer” (Guigo, aguenta essa, não vale censura! Rs) (Nota do Autor: eu aguento, até porque essa época de ouro do teu time está tão distante...kkk). Em 1985 meu Mengão ganhou o primeiro turno do Campeonato Brasileiro e também a Taça Rio. Outro registro dessa paixão!

















Como esportista, minha primeira lembrança foi em 1988 participando de uma prova de corrida promovida pelo colégio, nas ruas do Grajaú, pelos Jogos Olímpicos de Seul. Durante os anos de colégio me dediquei a alguns esportes como handebol, futsal e basquete, mas minha paixão era e continua sendo o vôlei. Amo o voleibol. Participava dos treinos da minha categoria, ajudava nos treinos das outras, tudo para viver o vôlei ao máximo. Se deixasse eu treinava 24 horas, 7 dias na semana

1992. Jogos Olímpicos de Barcelona. Só tenho uma imagem na mente: o saque de Marcelo Negrão, o ponto final, Brasil é campeão olímpico de vôlei pela primeira vez. Esse legado vitorioso começou com uma geração anterior com Bernardo, Willian, Montanaro, entre outros, a geração de prata. Treinei com Montanaro e uma decisão difícil surgiu: mudar de posição (levantadora) para seguir jogando com minha altura ou parar. Infelizmente a posição de líbero ainda não existia. Se não deu para seguir como atleta faria o esporte ser parte da minha vida de outra forma.

2004. Minha mãe percebeu o brilho nos meus olhos ao ver uma reportagem falando dos Jogos Olímpicos de Atenas e disse “Por que não?”. Peguei dinheiro emprestado com uma tia, parcelei a passagem, pedi abrigo na casa de uma penfriend que mora em Atenas e dia 09.08.2004 desembarquei na capital grega.

Chorei quando o avião tocou o solo, dois sonhos sendo realizados de uma só vez: estar no berço da civilização grega e participar dos Jogos Olímpicos de Atenas, um século depois da retomada dos jogos modernos. Algo tão inatingível, jamais poderia imaginar que um dia poderia viver esse sonho. Indo com a cara e a coragem, os primeiros ingressos foram adquiridos no dia seguinte.



Meu jogo de estreia Brasil x Japão (vôlei feminino) no Peace & Friendship Stadium foi pura emoção, especialmente por encontrar ídolos como Paulão e Carlão.
Pela primeira vez assisti a uma partida de tênis e quem representava o Brasil? O Guga, Gustavo Kuerten. Pena que perdeu para aquele que depois se consagraria o campeão olímpico, Nicolás Massú. No vôlei, a derrota para a Rússia na semifinal feminina numa virada imprevisível foi triste, mas o ouro olímpico dos nossos “meninos” fez nossos olhos chorarem de alegria.

2008. Um ano antes, na entrevista de emprego onde trabalho atualmente, avisei: “Daqui a um ano vou viajar para a China, compromisso que não abro mão”. A China foi uma preocupação sob diversos aspectos, especialmente no quesito idioma e gastronômico. E o Pipiempé? Preocupadas com os banheiros locais minhas amigas e eu compramos esse utilitário para as horas de aperto (foi muito útil). (Nota do autor: Faltou a foto desse troço Tati! kkk)

Visitar lugares simbólicos para a história da humanidade como a Cidade Proibida, a Muralha da China e a Praça da Paz Celestial é um momento que ninguém pode tirar de você, é único. Neste último fomos tratados como se fossemos grandes celebridades, os chineses nos rodeando querendo tirar fotos e mais fotos. Acredito que a falta de costume em ver ocidentais chamava sua atenção (ok, chegou uma hora que ficou chato porque a gente não conseguia fazer nada).
Histórico também foi entrar no estádio do Ninho do Pássaro, que monumento! Ainda mais pra ver Usain Bolt consagrar-se o homem mais rápido do mundo e Yelena Isinbayeva, bicampeã olímpica. Também vi nossa atleta Fabiana Murer perder sua vara e ser desclassificada.
Mas a maior emoção foi o sms recebido no aeroporto: ouro do Brasil no vôlei feminino. Assisti a final até o início do 3º set e precisei sair correndo pra não perder o vôo de volta pro Brasil.

2012. Foram tantas emoções... Ver pela 1ª vez a seleção brasileira de basquete masculino foi fantástico. Que time! Leandrinho, Nenê, Varejão, Huertas e tantos outros que honraram a camisa que vestiram, mostrando que o basquete brasileiro voltou forte e tem tudo para estar novamente entre os melhores do mundo. Claro, não posso deixar de mencionar meu momento “De Londres para o mundo” ao fazer coraçãozinho pro Brasil (até no Fantástico eu apareci rs).
Vi quase todos os jogos do vôlei masculino e feminino, e de novo, elas nos encheram de orgulho com o bi-olímpico. Cheguei a acreditar que não seria possível, mas ao ver a recuperação nas quartas contra a Rússia (ali foi a primeira final) e a virada sobre a seleção americana na final, o ouro foi nosso! Dessa vez eu vi, chorei, gritei, pulei e cantei o hino com elas. Muita alegria!

O tênis foi outro esporte que me dediquei acompanhando toda a série das finais. A semi entre Federer e Del Potro foi a mais emocionante decidida no tiebreak 19/17. Haja coração!








E de Wimbledon, o solo sagrado do tênis, correria para chegar a tempo na final do Cielo nos 50m. Não conseguimos a dobradinha dourada, mesmo assim subimos no pódio.
Outro momento inesquecível foi a visita à Vila Olímpica com os amigos Leo Mataruna e Guigo Lopes (alguém conhece? Rs). Encontramos a seleção feminina de vôlei, Fratus – nosso #4 nos 50m, Leila e a dupla Emanuel e Alisson. Simplesmente demais!!





Se você me perguntar qual foi a melhor, todas foram ótimas, cada uma em um momento, com uma particularidade que a destacou das demais.

Atenas foi de muita festa e diversão. Pequim posso resumir como os jogos da suntuosidade, não houve “miséria” para mostrar ao mundo a força do Estado chinês. Já os Jogos de Londres foram marcados pela sustentabilidade e segurança, inclusive o planejamento de dispersão de grandes multidões para entrada/saída dos estádios. Sem empurra-empurra, sem confusão. A sustentabilidade estava por todos os lados, reciclagem de materiais, mas especialmente a reciclagem das arenas: os britânicos buscaram o maior/melhor aproveitamento de arenas já existentes ou mesmo a construção de arenas temporárias como a de vôlei de praia ou de basquete no Parque Olímpico, minimizando o desperdício de verba pública com a manutenção de “elefantes brancos”.

2016. O sonho por vir. Rio de Janeiro, minha terra natal. O que espero? Faremos os melhores jogos olímpicos de verão que podemos fazer, com toda a alegria, a criatividade e a hospitalidade do povo brasileiro. Talvez não sejamos a potência olímpica que queremos ser, mas ficará um legado para o Rio e para o Brasil imensurável. Depende de nós aproveitá-lo ao máximo.

Viver o espírito olímpico é mais do que ganhar ou perder, é gritar para o mundo o amor ao seu país, de sentir o arrepio ao ver os atletas brasileiros se apresentarem, ao gritar e chorar junto a cada batalha vencida, ao abraçar a cada batalha perdida. Viver o espírito olímpico é entender que rivalidade existe, mas a guerra não. Viver o espírito olímpico é torcer por atletas de outras nacionalidades, seja pela sua simpatia ou genialidade naquilo que faz. O espírito olímpico ultrapassa as fronteiras e une as pessoas.

Quem sou? Ainda estou descobrindo, só sei que sou feita de paixão e transformação. Sou carioca, sou brasileira, sou Rio 2016!

Quer saber mais sobre viver o sonho olímpico? Visite meus blogs:
Para Londres 2012 não fiz um blog específico, infelizmente.

Nota Final do Autor: Obrigado por nos emocionar, Tatiana Zanon. Esperamos você mais vezes por aqui...